Análise de My Memory of Us

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My Memory of Us conta-nos uma história de amizade em tempos de guerra e baseada em factos reais. Mostra-nos as separações resultantes de guerras, mas em que, a amizade e a resiliência, são a força que dá energia para as pessoas se tentarem reencontrar novamente. Na verdade, estamos claramente perante os eventos das Grandes Guerras Mundiais, não há que enganar. As semelhanças são mais que muitas.

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Os personagens principais são duas crianças, em que cada uma delas assume determinadas características. A rapariga é mais forte e rápida e o rapaz é mais sorrateiro e indiferente  ao escuro. A rapariga não anda no escuro sozinha, mas se for de mão dada com ele, consegue. O mesmo funciona para o rapaz, mas na medida em que se estiver de mão dada com a rapariga, consegue correr de forma mais rápida. Ainda assim, no caso dela, consegue saltar entre duas zonas, sendo que ele não, mesmo de mão dada. Cada um deles tem uma “arma”, a qual irá ser útil em muitas alturas. O rapaz tem um item que, quando aplicado na luz, faz os NPC’s ficarem encandeados. Isto fará com que a rapariga possa passar por eles sem ser detetada. Esta última possui uma fisga que, essencialmente, irá dar bastante jeito para ativar botões a longas distâncias.

Ao contrário do que costumo fazer, desta vez vou frisar inicialmente as características dos visuais, os quais são, claramente, para mim, um dos pontos fortes do jogo. Os tons de cinza/preto e branco, refletem bem o ambiente pesado daqueles tempos. Para contrabalançar, a outra cor que existe é o vermelho. Não sei se será porque tem um maior impacto visual ou se é porque a fação inimiga daquela altura também a usava… Provavelmente será um pouco dos dois. Tudo o que é vermelho, pode, na sua maioria, ser alvo de interação. Tendo em conta isto, muitas vezes é fácil chegar a um local e começar logo a perceber o que é suposto realizar. Porém, alguns puzzles podem ser mais complicados, ou estar meio escondidos, mas nada de extraordinariamente difícil.

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O jogo está numa perspetiva 2.5D e apresenta cenários muito detalhados, principalmente com o avançar do jogo. Inicialmente, os visuais são bem mais simples e numa câmara mais perto das personagens, mas rapidamente tudo toma outra proporção e detalhes, principalmente após certos eventos. Nos primeiros capítulos, os níveis são lineares, mas mais para a frente, em alguns deles, começam a existir vários caminhos por onde seguir. Alguns deles dão simplesmente acesso a becos sem saída, os quais normalmente têm um colecionável. Os visuais são inspirados por arte naïf, que para quem não sabe, é uma arte na qual o criador não tem qualquer tipo de formação na área e, tudo o que aprendeu, foi de forma auto-didata.

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Há pouco mencionei colecionáveis e, esta será das poucas vezes que digo isto. Vale a pena apanhá-los todos! São apenas 16, mas o seu conteúdo, é extremamente informativo e fala-nos sobre pessoas que tiveram um peso na negra história em que este jogo é baseado. Li praticamente todos e o resultado desta leitura foi uma bastante boa e inesperada surpresa, com todos os factos que me foram disponibilizados. Fiquei a conhecer um pouco mais de tempos negros na nossa sociedade, mas que, apesar disso, é sempre uma época pela qual tenho interesse em saber sempre mais.

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Em termos de controlos, estes são bastante simples e, no geral, funcionam bem. Ainda assim, em algumas situações onde é necessária uma maior rapidez e eficácia no pressionar do botão, achei que os mesmos não respondiam da melhor maneira. No entanto, foi numa única situação que me apercebi desse facto, mas talvez tenha sido por isso acontecer ainda na primeira hora de jogo. Por falar em horas, o jogo é relativamente pequeno, podendo rondar as 3 a 4 horas, dispersas por 18 capítulos, dependendo da vossa perícia para os puzzles.

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Fora isso, a jogabilidade é divertida e destaco a presença de alguns puzzles que apareceram somente por duas ou três vezes, os quais, são claramente mais complexos à primeira vista, que todos os outros. Outras situações que gostei bastante também foi a parte de condução e disparar uma arma, quando estávamos numa mota. Estas são situações distantes embora, a certo momento, tenhamos as duas a acontecer simultaneamente. Embora disparar uma arma possa parecer banal, neste jogo, acontecem somente duas vezes. Apesar de tudo, penso que o jogo poderia ter mais diversidade de mecânicas, pois no final, pareceu-me que, na sua maioria, o que fizemos foi repetir o  mesmo tipo de ação várias vezes sem conta.

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A nível de bugs, só tive um apenas em que, automaticamente, recomeçou o capítulo de novo. Os dois personagens estão bastante distantes um do outro, e quis mudar para um deles, e a imagem só me mostrava o céu, em vez do personagem em si. Depois de várias tentativas, o próprio jogo decidiu sair para o menu. Mas fora isto, sempre correu bem, apenas com alguns soluços pontuais antes de iniciar algumas cutscenes.

No que toca ao áudio, temos um trabalho razoavelmente decente a nível geral. A música está apenas presente em alguns momentos do jogo, nomeadamente em cutscenes e em algumas partes dos capítulos. O tipo de música é a esperada dos anos 40. Como esta é uma história narrada, é nas cutscenes que teremos unicamente alguém a falar e o seu trabalho está muito bem executado. É sempre bom quando ouvimos uma boa história a ser contada de uma forma plausível. Qual não foi a minha surpresa, que já depois de ter terminado o jogo, fiquei a saber que a voz responsável por detrás da narração, era nada mais nada menos, que Patrick Stewart. Está tudo explicado. Fora dessas partes, os diálogos no jogo são todos concretizados através de balões com imagens, os quais muitas vezes temos de interpretar para saber o que fazer de seguida.

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My Memory of Us foi uma excelente surpresa, tanto a nível da riqueza do seu verídico conteúdo, como da forma em que tudo foi implementado. Aquilo que, à primeira vista, parece um jogo com crianças, é na verdade, algo bem mais pesado em termos de conteúdo visual. Uma das imagens que mais me marcou, foi quando cheguei a um determinado local e me deparei com uma pilha enorme de malas de viagem e uma pessoa a chorar junto delas. A hipérbole naquela imagem tinha certamente o objetivo de mostrar a negativa grandeza do acontecimento, ou não fosse a pilha de malas, certamente várias vezes maior que a pessoa que estava por perto. Estamos perante um jogo inspirado por eventos que, infelizmente, aconteceram, mas onde o  mesmo tem como objetivo mostrar que a amizade é dos laços mais fortes que o ser Humano pode ter e usar, para ultrapassar certos obstáculos na vida.

My Memory of Us transporta-nos para um lado negro da História, a qual nunca será esquecida.

bom

positivo Baseado em fatos verídicos
positivo A mensagem que o jogo passa
positivo Coleccionáveis com conteúdo educativo
positivo Alguns cenários bastante detalhados
positivo Narrado por Patrick Stewart
errado Poucas mecânicas de jogo
errado Puzzles com pouco desafio
errado 
Um pouco curto

Data de Lançamento: 9 de Outubro de 2018
Produtora: Juggler Games
Editora: IMGN.PRO
Género: Ação, Aventura, Puzzles
Disponível para: PC, Playstation 4, Xbox One

Análise feita na Xbox One S.

Foi disponibilizada uma cópia do jogo para análise por parte da Produtora/ Editora/ Distribuidora.

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